Os Videos do King_leer, Outono 2016

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Mais um dia normal....ou talvez não. À conversa com os WhiteRoom.


Olá.

Os WhiteRoom são uma banda originária do Canadá. Nas minhas pesquisas deparei-me com eles no Myspace e, um tema em particular despertou o meu interesse. Depois de alguns desencontros, aqui fica mais uma conversa na qual poderão descobrir as fortes ligações desta banda a Portugal.

Link do Myspace : http://www.myspace.com/officialwhiteroom


King_leer (KL) :

Eddy, uma das vossas músicas que mais me chamou a atenção desde que entrei em contacto convosco em 2007 foi o “Ordinary day”. Podes explicar-nos qual a história que “esconde” este tema? -  Quando publicar este post será a primeira música do player.

Eddy Silva (ES) :

Quando escrevi o “Ordinary Day”, havia muitas conversas sobre a invasão do Iraque pelos EUA. Por essa altura eu perguntava-me constantemente como seria estar  na pele de um soldado no meio de uma dura batalha e o que passaria pela minha cabeça se eu fosse chamado pelo meu governo e ser enviado para as trincheiras. Esses pensamentos foram os principais responsáveis pelo facto de ter escrito “Ordinary day” e, a música é sobre os sentimentos de um soldado que é chamado pelo seu governo e se prepara para deixar a sua casa e ir para a batalha.

(KL) :

Fala-nos um pouco sobre o vosso EP que vão gravar em Londres em Março segundo sei e, o que vos trouxe aqui a Portugal já que têm espectáculos agendados para Maio.

(ES) :

Conseguimos captar o interesse da “Animal Farm Records” em Londres com quem iremos gravar um EP contendo 5 temas. Eles fazem parte da “SJP Production house”, que produziu no passado entre outros, Radiohead, Mos Def, George Harrisson e Paul McCartney. Decidimos editar um EP e não um album tradicional pois o formato físico do LP perdeu popularidade devido ao incremento do método de distribuição digital. Pensamos que é cada vez mais da responsabilidade do artista definir como vai editar as suas canções. Achamos igualmente que estas 5 músicas formam um conjunto perfeito. É igualmente uma mudança em relação ao nosso primeiro registo, que era mais eclético. Tivemos igualmente a chance de trabalhar com um quarteto de cordas de reputação Mundial que participa em todas as canções.

Em relação a Portugal. Precisávamos de estar num local onde o sol brilhasse no Inverno.

Os meus Pais são Portugueses, por isso, já cá estive astantes vezes. Honestamente eu adoro Lisboa! É essa a beleza de pertençer a uma banda em constante digressão. Vais onde quiseres. Desde que os concertos estejam agendados, estás sempre pronto para partir. Ajuda claro, ter familiares por aqui, claro!

(KL) :

Crise, crise, crise….. de modo a abranger outros assuntos para além da música, tenho questionado os teus pares sobre este tema. Qual o teu ponto de vista? Quem devemos culpar e o que fazer agora?

(ES) :

De que crise falas? Estás a falar sobre o descalabro verificado nos EUA com as obrigações hipotecárias que despoletaram a recessão na Europa? Falas sobre o fenómeno da partilha de ficheiros “peer to peer” que está lentamente a matar a indústria discográfica? Falas sobre os recentes tumultos em África? A minha visão é que estamos constantemente a viver uma crise em alguma parte do Mundo. Infelizmente apenas ouvimos falar e falamos das que nos afectam directamente, como é o caso do sub-prime, para o qual, Obama brevemente arranjará solução. Pelo menos é o que espero…

Cada geração pensa sempre que a “sua” crise em particular é de uma forma ou outra mais apocalíptica que as outras. Preferimos mantermo-nos optimistas e que estes problemas serão solucionados. No espaço de 6 meses provavelmente seremos confrontados com um conjunto diferente de problemas, para os quais seremos capazes de arranjar solução.

Apesar de todas as razões existentes para não saír da cama, acabamos por saír todos os dias. De momento, penso que a melhor forma de nos mantermos positivos é continuar a fazer o que melhor fazemos. Para mim é fazendo música. O nosso objectivo agora é ser auto-suficientes como músicos mas, claro, pretendemos num futuro próximo estar numa posição em que seja possível intervir mais socialmente, ser mais pró-activo nessa vertente.

(KL) :

Quais são as bandas do Canadá que deveremos prestar mais atenção nos dias de hoje?

(ES) :

As maiores bandas no momento são: The Arcade Fire, Feist and Malajube.

Na cena mais “underground” está atento a:  Lhasa, Hot Hot Heat and Chromeo

(KL) :

Para finalizar de uma forma divertida, confirma-me lá se é mesmo verdade que as pessoas no Canadá mudam anualmente de casa e que existe mesmo um período do ano em que as empresas de mudanças asseguram aí os seus principais lucros da sua actividade?  Qual a razão deste “acontecimento” ?

(ES) :

Haha, não tenho a certeza onde fomos arranjar essa reputação! Isso não é totalmente verdade. 1 de Julho – que é também o dia da Nação – é o que chamamos o dia das mudanças. Esta situação deve-se principalmente ao facto de os contratos de arrendamento habitualmente terminarem nessse dia. Assim, muitas pessoas mudam-se nesse data mas, não é um evento Nacional! Isto acontece basicamente com as pessoas que alugam casas e, a média dos contratos de arrendamento é de um ano. As companhias de mudanças, fazem com certeza um óptimo negócio nesta altura do ano. Não tenho a certeza da razão que levou a denominar o dia 1 de Julho com “dia das mudanças” mas, na minha opinião, os nossos Invernos gelados talvez tenham originado tal evento. Acredita, no Inverno aqui é tão frio que ninguém queria estar cá fora a mudar a mobília de um lado para o outro.

 

FIM

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito de ler a entrevista e as dicas para as "bandas do momento" ajudam sempre a descobrir coisas novas. Muito bem.

Anónimo disse...

bom comeco