Os Videos do King_leer, Outono 2016

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Kasabian - West Ryder Pauper Lunatic Asylum - O Produtor - PART V



Chega assim ao fim, a minha contribuição para melhor se conhecer o último disco editado pelos Kasabian. Depois de em 2008 a escolha ter recaído no magnífico “Only By the Night” dos Kings of Leon, em 2009 foi a vez deste West Ryder Pauper Lunatic Asylum. Neste 2010, quase a terminar, há sem dúvida alguns registos interessantes para estudar mais a fundo. Espero que tenha gostado e, nada melhor que encerrar com o contríbuto dessa figura ímpar da música global que é o Dan The Automator. A todos um feliz Natal e um ano de 2011 em cheio.

King_leer (KL):

Todos sabemos sobre o teu trabalho passado e, que todas as publicações da especialidade procuram indicar a faixa deste disco em que mais se nota a tua presença. Por exemplo, o Hamish MacBain do New Musical Express dispara com o “Take Aim” enquanto que o próprio guitarrista da banda o Serge Pizzorno refere numa entrevista que o som em “Underdog” é um tema que soa a século XXI e por isso uma das razões para te terem escolhido para produzir o álbum.

Assim sendo Dan, diz-nos afinal qual a faixa com que mais te identificas e na qual está mais vincada a tua personalidade com produtor, compositor, etc.

Dan The Automator (DTA):

Na generalidade, eu dou mais importância ao trabalho no seu todo do que propriamente a uma faixa, isto porque, é a variedade que cria o estilo. Mas, se tivesse que escolher , provavelmente diria o “Vlad”.

(KL):

Qual foi o teu papel no processo criativo neste disco? Por exemplo, entrevistei os produtores do disco dos Kings of Leon e consegues verificar que a banda tem um papel muito activo no processo. Por outro lado, em relação ao disco a solo do Pete Doherty e, ao falar com Stephen Street, o produtor, tens a perfeita noção que este teve um papel muito mais activo no resultado final.

Como o Serge escreve basicamente todas as músicas, acredito que ele acompanha todo o processo criativo de muito perto. Fala-nos um pouco desta relação e como decorreu tudo no terreno.

(DTA):

Cada canção tem diferentes necessidades, algumas requerem que se tirem coisas, outras que basicamente se adicione bateria. O objectivo é sempre obter o melhor que cada um tem para dar de modo a termos o melhor disco possível. Às vezes é ouvindo o que o Serge tem para dizer e o que pretende atingir e outras é demonstrar-lhe uma nova direcção a tomar. Neste disco existem guitarras adicionais, cordas, piano, efeitos, percussão, samples, etc.

(KL):

Tendo em conta que as cordas foram gravadas em sessões anteriores, os outros instrumentos foram gravados individualmente ou com a banda como se fosse uma versão “ao vivo”?

(DTA):

O processo foi evolutivo e tudo foi sendo gravado de acordo com o necessário nessa altura, sem uma esquematização pré-definida.

(KL):

Qual foi o efeito mais estranho que tenhas usado numa das faixas deste disco?

(DTA):

Variados tipos de ecos gravados e outras velhas ferramentas esotéricas foram usadas para criar o ambiente à volta deste disco. Provavelmente o mais estranho de todos foi o uso de velhos instrumentos agrícolas Ingleses para obter alguns desses sons.

(KL):

Finalmente, sobre os teus próprios projectos:

No passado houve algo que disseste com o qual eu sempre estive – e estou – de acordo, “Segui sempre pessoas que não prestavam muita atenção em categorizar a música….para mim dizer que ela soa bem, está ok, é suficiente. É este o teu segredo para te permitir trabalhar num vasto leque de estilos diferentes?

(DTA):

Eu tenho gostos musicais variadíssimos e aprecio as diferentes qualidades em todos os géneros. Por isso, quando faço música, “tudo” pode fazer parte dela. É talvez por isso que me sinto muito confortável em trabalhar nos diferentes estilos musicais existentes.

(KL):

Quais são os teus próximos projectos?

(DTA):

Estou a trabalhar num novo disco com uma rapariga (n.d.r. “Pillow Fight”).

A fazer igualmente algumas canções para um filme chamado scott pilgrim.

Estou igualmente a trabalhar num disco pop asiático.

Adicionalmente, estou a montar um projecto denominado “World class dj program” em San Francisco para apresentar showcases com dj’s de top e ligá-los a situações musicais que habitualmente envolvem as bandas. O primeiro dessa série será o dj Qbert.

Estarei a produzir igualmente mais alguns discos mas, é ainda cedo para falar sobre eles.

THE END

Links relevantes: http://www.myspace.com/dantheautomator

http://en.wikipedia.org/wiki/Dan_the_Automator

sábado, 4 de dezembro de 2010

Kasabian - West Ryder Pauper Lunatic Asylum - A Masterização - PARTE IV


Howie Weinberg, é um mestre na masterização, um dos passos mais importantes no processo da produção de um disco. Ele – fez questão de o mencionar – já trabalhou em cerca de 2,000 a 3,000 discos desde o início dos anos 80. De James Brown aos U2 até aos Nirvana, passando pelos Public Enemy, Glasvegas, Gorillaz,etc. De facto, pelo seu trabalho com os Gorillaz, Howie recebeu em 1996 um prémio TEC (melhor trabalho de produção em faixa/single) no magnífico tema “Feel Good Inc,”. Howie está na Marterdisk desde 1977

O seu trabalho com os Kasabian foi a razão para esta breve entrevista telefónica que ocorreu à uns meses. Então, vamos ler o que o Mestre tem para nos contar sobre este disco:

Sobre o disco dos Kasabian:


King_leer (KL):


Howie, que tem contactou para este trabalho?


Howie Weinberg (WB):


Foi o Dan. Ele é o meu cliente assim como a editora, a Sony. Temos uma relação muito próxima. Tenho um excelente estúdio, muito bem equipado e, trabalhamos em conjunto à cerca de 10 anos em variados projectos de géneros muito diferentes.


(KL):


Quando está a decorrer o processo de masterização (penso eu), o produtor e a banda irão ouvir a versão final e depois aprovar ou não o resultado. Como correu com os Kasabian? Quem acompanhou todo o processo contigo, o produtor, a banda? Que tipo de comunicação existe/existiu entre as partes envolvidas?


(WB):


O Dan e eu sabíamos exactamente o que fazer e o que a banda pretendia. De qualquer forma, toda a banda teve uma grande participação no processo e contribuiu com as suas opiniões/visões. Foram muito proactivos. Resumindo, foi reunir, sentar, e começar a trabalhar logo. Acho que conseguimos um excelente resultado final.


Sobre ti:


(KL):


De todos os discos em que trabalhaste, diz-nos os que mais te marcaram e ao mesmo tempo os que tecnicamente foram mais exigentes.


(WB):


Bem, essa não é fácil mas, aqui vai:

Nevermind - Nirvana

Blood Sugar Sex Magik - Red Hot Chili Peppers

Pop – U2

It Takes A Nation Of Millions To Hold Us Back - Public Enemy



Links relevantes : http://masterdisk.com/engineers/engineer.php?id=26&page=b



FIM

domingo, 21 de novembro de 2010

Kasabian - West Ryder Pauper Lunatic Asylum - A arte do Design - PARTE III


Dando continuidade a este trabalho sobre o último álbum dos Kasabian, chegamos a uma parte que habitualmente nos fascina. Quem nunca pegou num LP, CD, K7 etc e se deliciou a ver o trabalho gráfico que certas obras nos oferecem para além do seu conteúdo musical? Assim, fui ouvir as histórias do Tom Skipp, o designer gráfico desta produção. Espero que tal como eu, compreendam melhor o conceito deste “West Ryder Pauper Lunatic Asylum”.

KING_LEER (KL):

Para o total entendimento dos leitores deste blogue, explica-nos por favor qual o papel de um designer gráfico num trabalho musical como este?

TOM SKIPP (TS):

O papel de um designer gráfico pode ser muito variável em projectos musicais. Com os Kasabian e, nomeadamente neste projecto estive muito envolvido.Quando me juntei ao projecto, existia uma ideia muito vaga derivada ao nome do álbum “"West Ryder Pauper Lunatic Asylum". Assim, iniciei a discussão criativa com o “WIZ” (Andrew Whiston) em como poderíamos fazer este álbum parecer-se com uma colecção de “coisas” que poderia ter sido encontradas num Asilo. Wiz já tinha coleccionado várias imagens, objectos e referências que me levaram a explorar alguns conceitos surrealistas e ilusões de óptica.

Ao mesmo tempo, procurei de formas diferentes compilar esta aparente “disparatada” colecção de imagens. Foi então que começamos com as sessões fotográficas e filmagens, para as quais WIZ conseguiu a ajuda de diversos desenhadores de roupa e estilistas.Aproveitei e documentei esse dia e tirei as minhas próprias fotos com uma velinha camera Polaroid Land. Algumas dessas fotos podem ser vistas no álbum.

Quanto terminamos a recolha das fotos, passou a ser a minha principal tarefa, tornar tudo real e apresentar num formato impresso à editora. Com este trabalho dos Kasabian existiram diversos formatos finais e artigos promocionais para serem entregues o que fez com que trabalhasse 24 horas, 7 dias por semana durante esse período.

KL:

Quem te convidou para este projecto dos Kasabian?

TS:

Fui contactado pelo responsável do departamento de criação da SONY Reino Unido. Fui convidado para uma reunião sem saber qual o projecto em causa e então perguntaram-me se seria um projecto interessante para mim e se o poderia conduzir com sucesso. Penso que fui escolhido devido à natureza pouco convencional do mesmo e pelo facto de eu já ter trabalhado com pessoas notáveis neste ramo e, que, igualmente ficaram ou são conhecidas pelo seu trabalho e métodos pouco convencionais.

KL:

Como foi o processo criativo? Recebeste alguma instrução inicial específica da banda ou do manager sobre o caminho que deverias trilhar? Conta-nos um pouco mais sobre esta excelente peça de arte?

TS:

Quando me juntei ao processo, WIZ e o Serge (Sergio Pizzorno) já tinha delineado os conceitos. Não existia um controlo do aspecto visual a seguir por parte da editora mas, eu mantive-os sempre bem informados durante todo este processo, fazendo com que ficassem satisfeitos com a evolução do mesmo. A direcção criativa foi transmitida pelo WIZ que já tinha escutado a banda e percebido o que eles pretendiam. Assim sendo, como podes perceber tornei-me o elo de comunicação entre a editora e o WIZ mas, ao mesmo tempo tive igualmente que traduzir as nossas ideias em algo tangível. Não foi fácil, visto que o WIZ é um realizador vídeo muito empenhado por isso sempre ocupado durante este período e nenhum de nós tinha um escritório permanente. Digamos então que o processo ia fluindo com o tempo.

KL:

De todos os membros da banda qual o que seguiu o processo criativo mais atentamente?

TS:

Serge foi o que mais se interessou pelo nosso trabalho. Não penso que os outros não se preocupavam mas sim que delegavam e confiavam no Serge essa função. Foi bastante interessante visto que parecia existir uma visão única entre nós. Penso que o Serge respeitou igualmente as pessoas escolhidas para conduzir este trabalho. Ele confia no WIZ e essa confiança foi igualmente passada para mim. O Serge este sempre muito aberto às nossas ideias e nós às dele. Comparativamente com outros projectos este foi sem dúvida uma genuína colaboração entre as partes.

KL:

Irei igualmente colocar neste post o link para o teu website, no entanto e, para pergunta final, fala um pouco mais sobre a tua história, projectos futuros e como é que foi trabalhar com essa lenda, o Peter Saville?

TS:

Trabalhei como designer gráfico durante 9 anos. Comecei mesmo na universidade onde fiz um pequeno trabalho na Form (http://www.form.uk.com/). Depois, passei um Verão na v23 com o Vaughan Oliver and Chris Bigg. Quando obtive a licenciatura, arranjei um lugar na v23 e igualmente com o Peter Savile. Trabalhava 2/3 dias da semana em cada. Nenhum deles era o que se poderia chamar um estúdio “normal”. Dessa altura até aos dias de hoje trabalhei em diversos locais como a Big Active, Blue Source, Love, Gap e muitos mais. Trabalhar com Vaughan Oliver e Peter Saville deu-me um excelente empurrão inicial. Depois de trabalhar em Londres desde a minha licenciatura, vim para Paris no Verão de 2009 e comecei a estabelecer contactos profissionais por aqui apesar de ainda trabalhar para clientes de Londres. Paris é um novo desafio, primeiro pela linguagem e depois pelo iniciar de novas relações profissionais com novos clientes. Em relação ao futuro, quem sabe o que ele reserva?


Links relevantes : http://www.tomskipp.com/


FIM