Sobre o vosso ultimo vídeo:
(King_leer) : Qual a mensagem que quiseram transmitir com o vídeo do tema “Whats the point in anything new?” e, já agora para vocês, qual o interesse em algo de novo?
(Grant) : Eu penso que a mensagem que queríamos transmitir com o vídeo foi a de que podes fazer tudo tu mesmo, existe um sentimento real de comunidade neste vídeo, com todos a ajudarem todos.
(Josh) : Nunca vi as coisas assim…mas, és capaz de ter razão. Eu tive a ideia inicialmente muito por adorar o filme “Snatch”.
(King_leer) : Alguma história interessante passada no making of do vídeo?
(Josh) : yeh..... o cavalo que entra no vídeo…demoreu 5 horas para o montar até ali com a carroça… 8 milhas através da cidade de Hull. Eu estava gelado quando cheguei ao local das filmagens.
Sobre semelhanças/influências:
(King_leer) : Habitualmente nunca julgo um tema ou um álbum antes de um par de meses de audição. Com "First comes first" era claro para mim que existia uma semelhança com o som e a postura dos “The Clash” mas de uma forma muito própria. No vosso som e nas vossas mensagens é possível encontrar alguma continuidade em relação a eles. Não é propriamente fácil serem denominados os novos “Clash”. Foi essa a vossa vontade desde o início ou foi algo que surgiu com o passar do tempo?
(Josh) : Os “Clash” foram a banda que nos fez juntar em primeiro lugar e que influenciou o nosso som no início…Era uma banda que nós todos adorávamos. Foi a melhor banda de sempre.
(Grant) : Não penso de todo que tenha sido uma decisão consciente. O nosso som e movimentos eram mais orgânicos do que forçados. Na altura ouvíamos novos e variados estilos musicais por isso era inevitável que fossemos mudando mas, ao mesmo tempo, é difícil deixar completamente de lado as tuas raízes por isso essa influências são visíveis.
Sobre a crise Mundial:
(King_leer) : Bem, claramente ela está cá e ficou para durar. Provavelmente é tempo de a encararmos e pensar em soluções para a ultrapassar e ser acima de tudo positivo, caso contrário poderemos enfrentar um ataque de pânico (Panic Attack é um tema do primeiro disco dos Paddingtons). Recentemente tivemos aí no Reino Unido um incidente envolvendo cidadãos Portugueses – como eu – e outros cidadãos não Britânicos. Que pensam vocês acerca disto tudo e o que se deve fazer na vossa opinião para ultrapassar estes tempos difíceis?
(Josh) : Não a estamos a ultrapassar, tens que conduzi-la….usar crise como inspiração!
(Grant) : Não penso igualmente que “saltar” a crise seria uma opção para mim. Sim, podíamos fazê-lo mas penso que com toda esta luta, recebes o melhor que a humanidade tem para te dar, especialmente nas actividades criativas. Tudo do melhor que foi feito na música por esse Mundo fora tinha uma mensagem de luta e raiva que ajudou as pessoas a lutar e a esforçarem-se para mudar o rumo dos acontecimentos.
Sobre o Mundo da moda:
(King_leer) : Não irei perguntar o trivial mas existe algo que gostaria de saber. Desde 2005 foi possível verificar uma grande aproximação entre a música e o Mundo da moda. Dos Libertines e seus membros aos Razorlight, vocês e mais alguns dos vossos parceiros estiveram de alguma forma ligados à passerelle. Alguma razão especial? O facto de todos vós serem relativamente próximos, frequentarem os mesmos eventos e locais poderá ter tido influência?
(Josh): Nós somos bem parecidos…, ou assim pensavam eles. Todos precisam de inspiração. O Mundo da moda chamou-nos por um curto período de tempo, foi entrar e sair. É pior que o meio musical, um tanto falso, percebes? Mas, todos temos que fazer algo.
Sobre letras e ainda influências:
(King_leer) : Que artista ou banda mais vos influenciou e contem-nos algo que tenha tido um significado especial ao nível das letras (se possível, claro!) e o porquê?
(Josh): Nas letras são as nossas vidas que nos influenciam, tudo que nos rodeia. A nossa cidade, “Hull”, sítios que frequentamos, as nossas amizades e relações, nós, a banda. Musicalmente, muita coisa nos influência. Todos nós ouvimos sons diferentes e estamos sempre na busca de novas sonoridades. “The Clash” como já foi referido foram uma grande influência para nós, tudo sobre eles. A sua atitude era perfeita, a sua imagem ainda melhor e a música era simplesmente extraordinária.
2 comentários:
antes de tudo quero dar os parabéns ao criador do blog. há algum tempo que passo aqui para ler os artigos e as entrevistas e há aqui muita qualidade! os meus parabéns!
quanto aos paddingtons mais concretamente: são um dos projectos mais interessantes que saiu de Inglaterra nos últimos tempos. sem pôr de lado a sonoridade indie/brit pop, têm uma veia mais "old-school" bastante latente. a influência de clash é bem audível: um meio caminho entre London Calling e Sandinista! em termos musicais têm tudo para singrar no futuro próximo e são sem dúvida um mote para as novas gerações descobrirem aquilo que de bom se fazia há 30 anos :)
em termos de pessoas - com aquilo que se deixa transparecer pela entrevista - são pessoas inteligentes sem dúvida: preocupados com o mundo, com opiniões bem formada e com gosto no que fazem. o pensamento quase "telúrico" deles - ao usarem Hull como inspiração - é algo que me agrada também.
depois de ouvi-los apetece-me sem dúvida fazer a festa no meu quarto, com as colunas bem alto. cá se aguarda uma passagem por Portugal, que como se sabe tem audiência para esta música :)
Paddingtons é uma das bandas mais underrated dos últimos tempos. O seu primeiro (e para mim o melhor) albúm First come first mostra bem a capacidade deste grupo de Hull: músicas como "sorry", "panic attack", "50 to a pound" revelam uma grande criatividade e energia. O segundo registo, No Mundane Options, apesar de não ter uma sonoridade tão "pujante" também conta com grandes músicas: "whats the point in anything new", "stand down" fazem as delicias dos fãs de paddingtons e do indie rock em geral. Denotar as semelhanças não só com The Clash mas também com Libertines. Por fim, Paddingtons possuem um excelente frontman, não fosse ele o GRANDE Tom Atkin :)
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