King_leer (KL): Trabalhas com os KOL à muito mas este é o único álbum que igualmente produzes juntamente com o Ângelo. Quais foram as maiores diferenças e o que principalmente mudou para o teu lado?
Jacquire King (JK à direita na foto): Este é o segundo álbum com os KOL.
Eu fui Engenheiro e misturei o segundo deles, o "aha shake heartbreak".
Estive ausente no terceiro mas convidaram-me para voltar neste quarto "only by the night" e agora estou igualmente a produzir. Saltei para o papel que estava a cargo do Ethan Johns. A diferença entre o meu trabalho em "aha ..." foi que nesse, o meu trabalho criativo estava limitado basicamente à performance ao nível do som . Neste ultimo, estive envolvido na escolha das músicas, arranjos, opções de performance, instrumentação, performance vocal e visão global do álbum como produto final e toquei igualmente sintetizadores em alguns temas, isso e os demais aspectos em que um produtor habitualmente se envolve na gravação de um álbum.
Tudo isto adicionando o trabalho de gravação e mistura. O Ângelo e eu trabalhamos em completa cooperação para alcançar uma suave e eficaz dupla de produção.
KL: Em palavras tuas de maneira aos leitores entenderem, define-me o que é a arte da gravação e mistura. Quais foram as principais conquistas neste grande álbum, "Only by the night".
JK: O objectivo foi fazer um trabalho único e intemporal ao nível das canções e do som.
Era importante seleccionar e identificar grandes canções a depois trabalhar para obter excelentes gravações.
Como se transmite tudo isso para o processo de gravação e mistura resume-se a capturar algo especial no espírito e no som. Trabalhar para criar texturas de som que eram novas para a metodologia de trabalho da banda. Experimentar e não deixar nenhuma pedra por revirar.
A faculdade de ter essa liberdade foi a chave principal para encontrar essa nova e grandiosa voz deste álbum.
KL: Tenho que te perguntar isto. Desde "Because of the Times", para mim, como ouvinte, a qualidade sonora e das canções é diferente – para melhor – podendo mesmo compará-las a um vinho do Porto "vintage" , típico da minha Cidade. O que aconteceu e de que modo, o tempo, a comunicação e o treino foram responsáveis?
JK: Eles estão sempre interessados em melhorar os seus registos. O crescimento que tiveram como banda durante a sua carreira e o passar dos anos na estrada para estes rapazes muito novos foi responsável pelo lugar onde chegaram e o lugar até onde podem ir. Eles promoveram mudanças nos seus métodos e antecipo que irão continuar a fazê-lo e a desafiar tudo o que até agora conseguiram e tudo que conseguirão no futuro.
KL: O que está por trás dessa grande abertura no tema “Closer”? É um som fantástico. É sintetizador ou guitarra?
JK: Penso que o som a que te referes é composto por dois elmementos distintos criados com o baixo.
O primeiro que começa a canção é um pedal (pitch shifting) com delay produzindo a primeira melodia. O Segundo é a guitarra baixo tocada através de uma coluna Leslie (coluna rotativa), tocando apenas as notas iniciais da progressão. Adicionei igualmente baixas frequenências sintetizadas a esses elementos bem como delay e efeitos com filtros.
Este tipo de aproximação foi usado em todos os elementos do processo de gravação e mistura para criar algo único e cativante respeitando no entanto a integridade de cada canção.
KL: Há algum episódio engraçado/diferente que queiras partilhar connosco (aquelas coisas que habitualmente não dizes numa entrevista) que tenha ocorrido nestas sessões de gravação?
JK: Os Kings são óptimos rapazes e penso que se tornaram numa das melhores bandas da actualidade.
Aquilo que posso partilhar é a imensa camaradagem existente e o ênfase na boa disposição e bincadeiras, tais como jogar wall-ball(jogo tipicamente Americano), que são um elemento muito importante neste processo. Eles são uma família e gostam de sentir e de fazer sentir essa ligação, convidando-te a participar naquele ambiente especial.
Podem ser momentos completamente loucos. Como todas as famílias, existe uma grande dinâmica e os Kings AMAN & LUTAM como família que são, mantendo assim as coisas interessantes. É uma grande energia que é possível aproveitar e colocar num processo de gravação de um álbum..todos os altos e os baixos.
KL: Ok, foi mais uma das histórias por trás deste album. Em breve voltarei com novo capítulo.
Podem ouvir o tema "Closer" que menciono nesta entrevista. É o primeiro tema inserido no player que está localizado no canto superior direito deste blog.
Cheers,
KL
Links:
http://www.jacquireking.com/jacquireking.htm
0 comentários:
Enviar um comentário