(KL):
Sempre chegaste a ser manager dos Babyshambles durante o Verão depois do anterior produtor ter sido “despedido”? Continuas com eles?
(JF):
Eu nunca fui manager dos Babyshambles. No entanto, fui manager do Pete, por um breve período, nomeadamente em relação ao álbum a solo e a alguns concertos do Pete a solo. Foi sempre um papel temporário e orientar a vida diária do Pete é quase impossível, a não ser que estejas preparado para a viver a tempo inteiro – o que não era o meu caso. É igualmente um processo não muito usual numa dinâmica de um processo criativo. Penso que não ajudou muito.
(KL):
Esta, vou ter mesmo que perguntar visto ter estado envolvido neste quase projecto secreto. Era suposto teres produzido e gravado o disco de estreia a solo do Pete. Fizeste sessões, algumas delas chegaram ao YouTube e mais, era suposto a gravação final ser feita aqui em Portugal, no Norte do nosso País (É esta a parte onde apareço a teu pedido) e, de repente, a produção passa para o ex-produtor dos Smiths e do último álbum dos “Shambles” - Stephen Street. O que correu mal e como este processo foi conduzido até esse ponto?
(JF):
O problema tem início quando a imprensa começa a criar muita pressão sobre o projecto do Pete a solo. É, por vezes difícil imaginar como os media têm tanto interesse em estar no dia-a-dia da vida dele.
Por exemplo, uma câmera no estúdio resulta num vídeo do Youtube que acaba por se tornar num história para o N.M.E. (New Musical Express) e daí numa reportagem de primeira página num tablóide Inglês!
Algumas pessoas parece que ficaram com a ideia de que pelo facto do Pete estar a gravar a solo, sem os outros membros dos Babyshambles , que estes se iram separar. Isto foi penas invenção da imprensa. Estamos rodeados de projectos idênticos, como o caso do Alex Turner e verificamos que tal não afectou os Artic Monkeys.
A ideia de gravar em Portugal veio mesmo do Pete e uma das razões foi criar um ambiente calmo e gravar algumas canções que não assentariam naturalmente no reportório dos “Sambles”.
Eu estava ansioso por ir para Portugal para assim afastar estas pressões e como o mar iria ser uma influência no som/ambiente que se desejava para o disco, pareceu-me uma excelente ideia faze-lo num País com uma belíssima brisa marítima (Jake viveu um par de anos quando criança em Lisboa com o Pai).
As faixas que trabalhamos juntos ficaram bem e foi-me transmitido que algumas foram novamente gravadas, ficando no entanto alguns elementos do meu trabalho nelas.
A razão porque não completei o projecto com o Peter foi porque ele quis chamar a ele o controlo do projecto e usar a mesma equipe que produziu o “Shotter’s Nation”. É, apesar de tudo o projecto dele e desde que o meu trabalho seja reconhecido e creditado não tenho qualquer problema com isso.
(KL):
Quais são os teus próximos projectos?
(JF):
Estou a acabar de misturar algumas faixas que tenho. Posso e espero incluí-las no meu primeiro álbum que deve sair algures durante 2009 com uma grande variedade de artistas convidados.
Estou igualmente a voltar ao estúdio com os “Thirst” para começar a gravar o seu próximo single.
(KL):
Por fim e, fugindo ao panorama musical, qual é a tua opinião sobre a actual crise económica Mundial e estes últimos acontecimentos na Índia?
(JF):
A crise económica mundial foi criada pela ganância e pensamento curto. É de loucos, oferecer empréstimos “caros” às pessoas na sociedade com menos hipóteses de os pagar e esperar um resultado diferente do que estamos agora a presenciar.
Os assasinatos brutais na India são deprimentes no seu extremo e eu apenas posso oferecer a minha profunda simpatia a todos os que com eles foram directamente afectados.
(KL):
Jake, tudo de bom para ti, obrigado pelo teu tempo e espero ver-te em Portugal brevemente com outro projecto. Cá estaremos para ajudar.
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