Os Videos do King_leer, Outono 2016

terça-feira, 8 de março de 2011

PETER HOOK - UMA BREVE CONVERSA EM VOZ "BAIXO"; VERDADES E MITOS :



No último e excelente Clubbing na Casa da Música tive a oportunidade de conversar brevemente com o Peter Hook. Inicialmente não havia a certeza de conseguir furar a barreira do management mas graças à ajuda interna que tive, lá cheguei. Ficamos na porta do camarim a trocar uma palavras até ao momento que lhe disse que tinha 3/4 perguntas rápidas para lhe fazer sobre a carreira dele. Eu sei que a pergunta foi enganadora mas, quando ele escutou a palavra carreira disse "...Bem, é melhor entrares mate"...

E assim, transcrevo abaixo este breve diálogo que espero enriqueça o vosso conhecimento sobre esta figura mítica de Manchester, sobre os Joy Division, os New Order e até.....dos Durutti Column:

KING_LEER (KL):

Sobre Ian Curtis e o tocar ou não guitarra:

Peter, o Ian tocou guitarra (mesmo que pouco) no "Love Will Tear Us Apart". Foi um momento único?



PETER HOOK (PH):

Sim, tocou, como se pode ver no vídeo. Tocou apenas no "Closer", naquele tema e em mais dois ou três, entre eles o "Incubation".

KL:

Os New Order foram talvez o melhor exemplo de um grupo que após perder o seu vocalista principal consegue seguir em frente mantendo um nível de sucesso idêntico ao obtido com os Joy Division. Como escolheram o sucessor do Ian?

PH:

Não te esqueças dos Genesis (n.d.r : Sim, é verdade, mas continuam a ser um caso raro).
Depois da morte do Ian foi essa a nossa vontade e penso que seria igualmente a vontade do Ian. Quanto ao vocalista, o processo de escolha foi simples, todos cantamos e fizemos os nossos testes mas sabes o que realmente aconteceu? O Bernard era o que conseguia melhor tocar e cantar ao mesmo tempo, era o que se "desenrascava" melhor!

KL:

Habitualmente costumo tentar descobrir alguma história que se esconde por trás de um tema. Algo especial que queiras contar sobre o "Blue Monday" dos New Order? Como aparece um tema como aqueles e com aquela duração?



PH:

A ideia inicial era tocar essa música no "encore". Sabes, não gostávamos de "encores" e o "Blue Monday" foi criado para esse fim, um instrumental para regressarmos ao palco. Mais tarde, ao fim de alguns retoques acabou por chegar ao som que todos agora conhecem (apesar das muitas remisturas que já existem por aí). Nunca pensamos que se tornasse num tema de tanto sucesso.

KL:

É verdade ou mito que tu e o resto da banda ajudaram a dobrar e preparar a edição do "The Return of the Durutti Column" nas instalações da "Factory Records" a pedido do Tony Wilson?



PH:

Sim, é mesmo verdade. Fomos "convidados" para fazer esse trabalho no disco que mencionas e em mais dois, o "Pieces for an Ideal" dos Durutti Column e o "A Factory Sample", uma compilação da Factory. E, já agora, sabes quanto o Tony Wilson nos pagou? 50 pences por cada 100 capas. Trabalho de escravo (risos !!).

KL:

Para terminar, que bandas novas ouves actualmente? Manchester continua a ser uma verdadeira maternidade para excelentes projectos musicais. Ainda na semana passada estiveram cá os "Hurts".

PH:

Manchester continua a mesma, é uma grande cidade musical. Os "Hurts".....sinceramente não gosto. Das bandas actuais ouço e gosto dos "Everything Everythng" (muito bons), os "Two Door Cinema Club" e os "Stowaways".


FIM


Nota: Copyright fotos - Casa da Música

2 comentários:

Anónimo disse...

Grande momento KingLeer. É um daqueles encontros inesquecíveis. Confirma o que parece em palco e em algumas entrevistas: O Peter é uma pessoa simpática, disponível e de bem com a fama que conquistou.
Foi pena não te ter dado a ti a notícia do ano no que aos Joy Division diz respeito: http://frankmarques.wordpress.com/2011/03/07/peter-hook-closer/

Deu-a ao jornal da terra dele (Manchester Evening News).

Obrigado por teres partilhado esse momento.

Unknown disse...

Tenho esse mítico álbum dos DC. Sempre achei assaz curioso o conceito subjacente a uma capa feita com papel lixa. Infelizmente o meu exemplar não incluia o "flexi" que acompanhou alguns exemplares deste "sui generis" disco.
A propósito, bem apanhada esta entrevista.