Ora aqui está uma entrevista, curta, mas bastante interessante de fazer com o Mike Gaspar, baterista dos Moonspell. Recebi as respostas já muito em cima um dos último s concertos dos Moonspell em território Nacional antes da tourneé Americana que está nesta altura ainda a decorrer.
O Mike é um excelente parceiro para estas conversas e um comunicador nato. É um exemplo de como essa mesma comunicação entre banda, fãs, imprensa e outros parceiros destas andanças deve ser encarada.
Os Moonspell continuam a ter a sua legião de fãs – sempre a crescer – como pude comprovar no recente concerto inserido nas festas do município da Maia (Maiact).
Espero que apreciem pois como já referi, para mim é sempre um prazer, principalmente tendo em conta que não é o género musical que habitualmente acompanho mas faço por participar e estudar estes “fenómenos” e daí extrair informação para partilhar convosco.
Nota: Quanto à foto, não é meu costume aparecer mas esta foto é de todo “hilariante” e um momento único. Vésperas do concerto do Halloween no Coliseu de Lisboa em 2007. Eu, acabado de terminar o meu dia no Banco, aproveitei a passagem por Lisboa e lá estive a receber as “baquetes” do Mike, na altura oferecidas a um espectador do programa onde eu participava no Porto Canal.
KING_LEER (KL):
Caro Mike,
Se consultarmos o Wikipédia, os Moonspell estão caracterizados como black metal/gothic metal. Qual a definição mais correcta, aquela com que vocês próprios no vosso dia a dia se intitulam.
MIKE “MOONSPELL” (MM):
Bem isso foi sempre um questão muito interessante e as vezes ficando ao ponto de ser ridicularizado devido a tantos rótulos que se dão aos vários tipos de música . Obviamente que o Black metal e o gótico foram grande influencias no inicio da nossa carreira mas também sempre tivemos um estilo próprio e muito distanciado do género devido as nossas origens e costumes que vêem do sul da Europa. Por isso gosto de considerar a nossa música apenas por Moonspell . As possibilidades para a nossa música são intermináveis e assim as barreiras são poucas e a composição tem ganho muito com isso. Sinto me sempre orgulhoso por isso!
KL:
O vosso Verão vai ser em cheio, nomeadamente após este regresso à “Terra Nostra”. Vão de malas aviadas para os EUA
MM:
Essa ligação tem realmente muito a ver com o movimento que pertencíamos na altura. As bandas que admirávamos estava em editora estrangeiras e a fazer digressões constantes pelo o mundo fora. Dificilmente teríamos uma oportunidade em Portugal devido a falta de reconhecimento pelo o público neste estilo de musica e o mercado ser muito pequeno. Apenas bandas Americanas podiam fazer carreira apenas no seu pais mas mesmo assim recorrendo ao publico europeu devido ao excelente apoio e condições.
Muito tem mudado desde então e felizmente podemos ter um mercado nosso em Portugal mas o espírito desta banda foi sempre levar a nossa musica o mais longe possível. E para isso é inevitável trabalhar com estrangeiros. Mas tem sido isso que marca a nossa diferença perante os artistas nacionais. O nosso conhecimento alem fronteiras é muito grande e tem nos moldado numa super banda! Mesmo as vezes não o sentir e estarmos completamente alheios a esta realidade até o ser necessário . Como por ex. estarmos muito descontraídos antes de um concerto como se nada fosse. Mas na realidade estar em palco para nós ou estar numa Bus a viajar é como estar na nossa própria cama! he he .
KL:
Qual o significado da figura da capa do vosso novo álbum (já saiu na Europa mas acaba de ser editado nos EUA) , Night Eternal ?
MM:
A imagem representa a força Feminina. Ela é uma Madona do nosso universo .Este trabalho foi feito pelo o Seth que é o baixista de Septic flesh. Ele sendo Grego compreende perfeitamente a ligação e importância de mulheres nas nossas vidas. Também a frustração de ser mulher no sul com toda a nossa presença machista que ainda hoje se sente e repara se bastante a diferença de mentalidades no norte da Europa. Penso ser das nossas melhores capas de sempre. A beleza e mistério da imagem com um toque religioso é perfeito. A nossa entrega completa pelo o poder da mulher!
KL:
Costumo estudar e falar um pouco sobre as letras de algumas músicas. Sei que é o Fernando que assegura esta tarefa mas, o tema “At Tragic Heights” é composto na sua maioria citando o capítulo 16:2 do livro das Revelações que nos fala das últimas sete pragas lançadas pelos sete anjos. Quem é ela em “She hangs from the sky” ?
MM:
Peço mesmo desculpa mas essa tens mesmo que Perguntar ao Fernando!
KL:
Para terminar, o que podemos esperar do vosso concerto aqui a Norte na Maia? Alguma surpresa reservada? Será o penúltimo
MM:
Penso que não porque ainda temos o concerto do Caos Emergente em Setembro . O concerto da Maia já começa a ser um ritual devido a nossa participação no ano passado . A quantidade de gente que compareceu para apoiar Moonspell foi nada do que estávamos a espera! Foi um concerto de sonho que me fazia lembrar os grandes concertos nos anos 80 e principio de 90 no Dramático de Cascais com bandas com Iron Maiden. Onde o Público estava em completo sintonia com a banda. Foi isso que sentimos e nem sempre temos uma reacção dessas! Por isso temos a obrigação de dar ao publico da Maia mais um grande concerto com tudo que têm direito .
Podem esperar um espectáculo de projecções que ainda foi pouco visto em território nacional. A presença das Crystal Mountain que é sempre um prazer dando um toque mágico aos nosso concertos. E sem duvida a entrega completa por parte da banda que tem estado a tocar bastante e com muitas saudades de tocar
Abraços e
“Metal forever”,