Os Videos do King_leer, Outono 2016

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

MIGUEL ÂNGELO - O "NOSSO" DELFIM E A GRANDE INDEPENDÊNCIA !



Ora, é com imenso prazer que apresento no meu blog o contributo de um artista Português. Será na certa o primeiro de alguns que se seguirão. Aliás, este tema, um pouco "quento" - confesso, é parte integrante desta nossa breve conversa.
Neste ano de relevada importância para o Miguel e os Delfins, conversamos não sobre o início do fim ou o fim do início mas sim sobre as letras, a actualidade e sobre um ponto de vista muito particular acerca da "indústria" musical em Portugal.

Aqui vamos nós:

Sobre letras:

King_leer (KL) :


Como autor de letras, tens de certeza a faculdade de criticar/compreender uma letra de uma música não da tua autoria. Ignorando essa faceta e ficando tu no papel de simples ouvinte, que música e que autor/compositor Nacional ou não, mais te marcou e porquê?

Miguel Ângelo (ML) :

Paul Weller. Para mim letras para canções não são poesia, são uma outra forma de expressão à parte. Weller sempre conseguiu equilibrar um lado mais poético com um lado mais social, muitas vezes até militante. Tal como Dylan. E sempre emocional.


Ainda nas letras:

(KL) :


É algo que eu exploro sempre. O que está por trás de um certo tema. Quem era o protagonista da "Marcha dos Desalinhados"? (Versão do colectivo Resistência pode ser vista no video-player deste blog).

Explicas-nos o que "esconde" este tema? Já contabilizaste as baixas ou elas continuam a aumentar?

(MA) :

Baixas, todos os dias, em sacrifício do avanço no terreno... Qualquer coisa que se escreva é como qualquer coisa que se diga, muitas vezes autobiográfica outras somos nós noutra pele, a experimentar comunicar, chegar a alguém, na certeza porém que temos de chegar do fundo de nós próprios.

Quando se escolhe um meio de vida em que recorrentemente se parte de um silêncio e de uma folha em branco, parece-me evidente que é preciso estar do outro lado do mundo, vislumbrando ao longe alguns moínhos de vento, que na verdade são imaginários mas estão lá, a empurrar-nos para o lado.

Essa letra, como muitas outras que escrevi, fala da busca da independência do ser. De grande independência.


Na actual Crise Global:

(KL) :

Por palavras tuas, o que pensas desta crise, quais as suas origens ? O que deve ser feito para a ultrapassar?
Estamos perante um modelo esgotado? Não teremos várias crises ao mesmo tempo (económica, social, de valores, de figuras carismáticas)? Fugindo à música, dá-nos a tua visão.

(MA) :

Crisis, What Crisis? A crise é só para alguns, é certo, e mesmo dentro do grupo dos mais desfavorecidos, neste momento a crise será só para aqueles que não consigam manter o emprego ou não estejam profundamente ligados ao sector dos serviços.

Há um projecto "utópico", entre aspas porque não o considero tão utópico assim, que nos fala de uma sociedade sem moeda. Chama-se The Venus Project e merece ser consultado, nem que seja só para fazermos um exercicio de pensamento sobre a sociedade em que vivemos e os possíveis cenários alternativos. Estamos muito presos a esta noção de que só o neo-liberalismo, ou, por oposição, a ditadura de Estado, são os sistemas finais de organização social. Já se viu que resultam muito falíveis, que mesmo o homem mais rico, poderoso e qualificado é sempre um menino ladrão...


Por Último:

(KL) :


Com esta pergunta, posso não me ajudar a mim próprio mas, este blog tenta ser diferente, por isso lá vai:

Se reparares, os meus "posts" tem muita informação relativa a artistas estrangeiros. Na minha passagem pelo Porto Canal, no programa "Porto Alive", penso ter sido o primeiro a divulgar os nossos "A Jigsaw", os "Dapunksportif" e várias vezes passado/divulgado "A Naifa" - um projecto que gosto bastante - entre outros.
Claramente, falava mais de artistas estrangeiros – porque os há mais. Agora, eu noto – e é aqui que queria a tua opinião – que existe mais dificuldade em contactar artistas Nacionais do que Internacionais. Tirando alguns casos, ou não se obtém resposta (como um grupo em alta que recentemente saiu no NME e eu enviei cópia do artigo ao manager e banda e nem uma palavra de retorno) ou colocam-se entraves nesse mesmo contacto. Acho que é um fenómeno que até transcende a música. Gostava de saber a tua visão sobre este meu "drama"!

(MA) :


Bem, sobre isso o problema é que por cá a organização à volta dos artistas é menos competente e profissional do que noutros países, derivante do mercado dimunuto em que vivemos e onde operamos. Muitas das pessoas - incluindo músicos - não são profissionais a tempo inteiro. É um drama e acredito que só em raras excepções o facto de não se conseguir chegar à fala com eles seja fruto de algum sobranceirismo. Se vires bem, mesmo muitos dos nossos maiores artistas acabam por gerir uma série de coisas sozinhos: videos, capas de discos, espectáculos, cenários... etc. Muitas vezes não porque não se arranje alguém para o fazer, mas porque essa é a única maneira de as coisas sairem realmente como as idealizaram. Não há muitos profissionais dos vários sectores «formados» para esta arte pop! E o tempo é cada vez mais curto... O dia acaba todas as noites!

De qualquer modo, com ferramentas como esta com que estamos a «falar», no advento da net com MySpaces e Facebooks, ficamos todos muito mais próximos.

E sim, se se conseguir, falar directamente com os artistas é sempre mais fácil do que passar pelo filtro da editora ou do management. Se bem que em alturas de muito «tráfego» seja preciso alguém para dar vazão...

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domingo, 11 de janeiro de 2009

SAL SOLO - DOS CLASSIC NOUVEAUX À MÚSICA CRISTÃ, UMA HISTÓRIA DE VIDA E VONTADE,



Olá,

Lembro-me perfeitamente das bandas que ouvia quando tinha 10/11 anos. Antes de entrar na minha era dos The Smiths, nessa altura ouvia Duran Duran, Classic Nouveaux e Spandau Ballet entre outras. Essas foram algumas da principais banda que marcaram o preíodo denominado por “New age”.

Havia essa figura, um homem alto, careca, que impressionava pela sua presence e voz.

Como sabem, sigo atentamente o fenómeno musical, principalmene a comtemporânea e as bandas mais recentes mas, existe sempre aquele mistério dos anos 80 e, nós todos, gostamos de voltar atrás e recordar alguns velhos temas, uns ainda soam como no passado, outros nem por isso.

Assim, à cerca de um ano descobri novamente o Sal Solo e na semana passada coloquei-lhe algumas questões. Espero que gostem das palavras que se seguem e eu, pessoalmente, valorizo o carácter e a fé deste artista principalmente nos tempos que correm….

- Talvez, Sal, um dia destes possas compôr novamente um tema “mainstream” e espalhar ainda mais as tuas mensagens.

Ao lerem esta entrevista, estará a passar no player o tema “Never Again", um dos mais conhecidos dos Classic Nouveaux.

Vamos então a isto:

Sobre Letras

King_leer(KL) :

Caro Sal,

Qual foi a música que mais te marcou, relativamente à sua letra e de que forma?

Sal Solo(SAL) :

Na música commercial, eu penso que as letras não foram assim tão importantes até o rap se tornar popular. Apesar de muitas das letras do rap serem más ou estúpidas até, o rap fez com que o público escutasse com mais atenção as palavras.

A minha maior influência foi um cantor cristão Americano chamado Michael Card. As suas palavras são como um género de ensinamento da Bíblia. Eu nunca tinha ouvido letras usadas desta forma no passado.


Sobre a música comercial:

(KL):

Ainda ouves alguma música mais comercial? Se sim, quem ouves com mais atenção?

(SAL):

Sim, a música commercial é bem melhor que a música Cristã! Eu gosto de ouvir Lifehouse, alguns temas dos Linkin Park, um pouco de Fallout Boy, e Daughtry. Não sei se todos eles são conhecidos fora a dos EUA.


Sobre Decisões:

(KL):

Ouvindo e lendo as tuas palavras, estás mais que realizado com a tua actual vida e missão. De volta aquele dia nos bastidores de um dos concertos dos Classic Nouveaux em que decidiste fazer a peregrinação a San Damiano, desde esse momento, sentiste algum arrependimento em ter dado esse passo? Tiveste dúvidas?

(SAL):

Não estou nada arrependido. A minha vida tem sido mais útile com maior significado desde então. Tenho alguma pena daquelas pessoas que estão a reagrupar as suas bandas, tentando reviver a sua juventude, vinte anos mais tarde. Para mim, a vida deverá ser uma viagem, e, é bem melhor olhar em frente do que para trás.

Sobre a Crise Global:

(KL):

Coloquei esta questão a outros músicos. Dá-me a tua opinião em relação ao que pensas ter sido a causa desta crise financeira e como a ultrapassar? Estamos perante um período onde (atingidos por grande instabilidade económica, política e social) figuras menos recomendadas possam emergir do caos e tomar partido de toda esta confusão generalizada?


(SAL):

Não tenho a certeza de estar habilitado para falar sobre a economia global mas, como residente nos EUA, eu vejo uma sociedade construída no gasto e para o gasto mesmo quando as pessoas não têm possibilidades para fazer face à despesa – o País igualmente incluído. Eu cresci com a ideia de primeiro ver aquilo que posso comprar, depois, decides o que és capaz de comprar com o teu dinheiro. Hoje em dia as pessoas olham para aquilo que QUEREM e depois esperam possuí-la, mesmo que não tenham dinheiro. É um pouco como o estilo de sociedade de Hollywood – onde as linhas entre realidade, fantasia, filmes e reality shows são pouco claras. As pessoas esperam viver um sonho e não a sua realidade. Assim, no final, alguém tem que pagar, e agora estamos todos a pagar por essas fantasias. Havia profecias na Bíblia que falavam no Fim dos tempos, e, algumas pessoas acreditam que estes sinais são o prenúncio que o fim está a aproximar-se.

A última:

(KL):

Em que é que tu és bom? Descreve o que fazes nesse video. Quais são as tuas principais actividades junto da comunidade? (vou colocar esse video no blog).

P.s. O Sal não entendeu bem parte desta questão - What are you good at? (Em que é que tu és bom?) , poise u estava a referir-me ao título do video que podem ver mais abaixo. De qualquer forma vamos ler a resposta.

(SAL):

Bem, em princípio cabe aos outros dizer aquilo em que sou bom!

Penso que os meus melhores predicados são a comumicação com os jovens e criar arte (música e vídeo). O meu novo projecto WE CRY JUSTICE! – Nós criamos justiça – fala acerca das necessidades do Mundo, e assim os meus vídeos mostram as diferentes culturas e situações. Em Chicago eu visito muitas comunidades , escolas, Igrejas; Dirijo um grupo de jovens e por vezes vamos ao terreno ajudar os sem abrigo e as os doentes nos hospitais. Antes deste Natal, organizamos um concerto para angariar algum dinheiro pra comprar presentes para os adolescentes sem abrigo e foi um grande sucesso.


THE END

Antes de acabar, deixo-vos com um dos últimos êxitos de Sal na música comercial, o hit “San Damiano” e igualmente um outro vídeo com as suas actuais actividades.

Cheers,

KL




domingo, 4 de janeiro de 2009

FADO





























Olá,

Nestes últimos dois anos muito se tem falado (com um "novo olhar" ) de fado.
Desde o filme/documentário do Espanhol Carlos Saura à Internacionalização cada vez mais acentuada da Mariza, ou do aparecimento de novas vozes.

Algumas homenagens ao fado têm igualmente origem no exterior e, gostaria, de vos levar de volta a 1994, nomeadamente para a faixa 10 do álbum "Sex and Death" dos Durutti Column.

Além de ser o meu guitarrista favorito, capaz de "vestir qualquer pele" com a sua guitarra, tem uma capacidade incrível de criação e um sentido de melodia fenomenal - na minha opinião - seja na dita guitarra, no baixo ou ao piano. Sem dúvida ele merecia mais reconhecimento.....

Assim, nasce o tema "Fado" com a voz de Amália "samplada" e aparecendo nos momentos altos desta canção. Mais tarde em 1996 no álbum "Fidelity" nova experiência interessante com Amália é publicada.

Oiçam então no "player" da direita (é a 1ª música) e vejam este vídeo captado no festival de Manchester de 1991. Vini Reilly, sempre bem acompanhado por Bruce Mitchel na bateria.

Ainda guardo uma corda da guitarra do Vini usasa neste álbum na minha colecção....

Um Feliz 2009 para todos


KL