Os Videos do King_leer, Outono 2016

quarta-feira, 29 de abril de 2009

" I DON'T LIKE MONDAYS ! " - O QUE ESCONDE ESTA MÚSICA?


Aproveitando o trabalho que em tempos apresentei no Porto Canal, vejam - caso ainda não seja do vosso conhecimento - a história que se "esconde" atrás deste tema dos Boomtown Rats.

Vejam o vídeo, a história, a coincidência que foi a forma como Bob Geldof e "Fingers" tomaram conhecimento da tragédia de Cleveland e, o que se tornou aquilo que iria simplesmente ser um lado B de um novo single da banda.

KL



segunda-feira, 20 de abril de 2009

THOSE DANCING DAYS - COM OS SEUS FATOS DE SUPER HEROÍNAS !





No passado Sábado, tive a oportunidade de assistir à prestação destas cinco jovens –mesmo jovens - oriundas da Suécia.  Habitualmente não reservo este espaço para comentários a concertos mas, visto ter trocado algumas impressões no final com elas aqui fica a minha opinião.

A centena de pessoas que assistiram à sua prestação tiveram concerteza duas sensações: Primeiro, estar numa sala de espéctaculos à altura , seja em termos de estrutura, simpatia e profissionalismo dos seus colaboradores e que, dentro da minha especialidade nos tem  trazido excelentes nomes e algumas revelações, mesmo quando o retorno financeiro está em risco  (estas explicações ficam para uma prometida entrevista em breve com o Paulo Brandão, Director Artístico do Theatro Circo).

Em segundo lugar, a sensação de ter visto um grupo de teenagers, com uma dúzia de músicas para tocar (no encore desculparam-se assim – “não temos mais músicas”) a debitar um som de boa qualidade mas acima de tudo com um sentido de performance ao vivo muito apurado.  Além de Linnea a vocalista, Lisa nas teclas assume o controlo do puro entretenimento em palco. Cissi na bateria, disfarça a tenra idade com uma vontade enorme de fazer soar os pratos.  Mimmi, como o seu instrumento, assume o ar mais introvertido enquanto que Rebecka na guitarra é a mais faladora (tendo em conta a conversa que se seguiu).

Em suma, são e estão claro ainda “verdes” mas, fica o aviso para quem ainda não preencheu as line-up’s dos festivais de Verão, estas meninas, proporcionariam de certeza um óptimo final de tarde em qualquer um deles.

Concerto rápido, cerca de uma hora. O público bem pediu “Action Man” no encore mas obteve “Hitten”, numa interpretação vocal excelente de Linnea.

A saber (breves sessão de perguntas e respostas):

Aproveitei para lhes enviar um “Hello” do Peter Móren (Peter,Bjorn and John), visto ter trocado uns mail’s com ele de véspera.

Q: Qual a razão do título do álbum “In our space hero suits”?

R: Basicamente, sentimos que ao estarmos no palco, fazemos o melhor que sabemos, como que naquele momento, utilizássemos os nossos fatos com super poderes para actuarmos desta forma:

Q: Quais as vossas maiores influências ?

R: Linnea e Lisa – Várias, nenhuma específica.

     Rebecca – “Typical Girl” (Desconheço !!!)

     Mimmi & Cissi – The Strokes

FIM


quinta-feira, 16 de abril de 2009

AS NOVAS "INVASÕES" DOS CLÃ !



foto by © Paulo Nogueira

Tive a oportunidade de trocar umas palavras com a Manuela Azevedo, nomeadamente sobre a recente experiência no festival SXSW realizado em Austin nos EUA. No entanto, ainda sobrou tempo para outros assuntos.

Nota: Tendo em conta que as questões foram enviadas ainda antes do SXSW e a respostas recebidas após o seu final peço a vossa compreensão para algum "desfasamento" em alguma das questões.

Aqui fica o link para o blog dos Clã, onde acompanhar o que se passou no festival SXSW e não só: http://blogdoscla.blogspot.com/


Aos Clã, especialmente à Manuela, o obrigado pela colaboração e pela simpatia sempre presente nas nossas conversas. Bjs e Abraços do King_leer


ENTREVISTA:

 

# 1  Sobre os Clã

 

Manuela, cá estamos novamente, desde os tempos do Porto Canal e do lançamento do vosso último album.

O que andam a fazer  os Clã ?

 

Nesta altura, estamos a retomar a digressão do Cintura (depois de umas férias merecidas) e a trabalhar a internacionalização – regressámos há poucos dias do Festival South by Southwest, em Austin – Texas e temos previstas outras aventuras fora de portas nos próximos tempos.

 

#2 Sobre ti e sobre letras...

 

  Um dos temas principais que abordo no blog são as letras e as hitórias que se escondem "por trás" delas.

  Qual o tema que mais te influenciou/marcou quanto à sua letra e o porquê desse impacto (se puderes partilhar connosco).

 

É quase impossível responder a isso… não se pode dizer que haja um tema que me tenha influenciado mais que outros. Há muitos! (felizmente). Mas posso escolher a canção Sexto Andar, do nosso último álbum CINTURA – uma canção que nos apanhou de surpresa (aconteceu, quase por acaso, nos últimos dias de gravação) com uma belíssima letra do Tê sobre o poder das canções.

 

n.d.r. Podem ouvir no player do blog, é logo a primeira música

 

#3 Sobre a sociedade e o panorama actual.

 

  É uma vez mais um desafio que habitualmente lanço a quem "participa" no meu blog. Um comentário pessoal sobre o momento actual que vivemos. Para fazer face às crises, à necessidade de divulgar crimes e atrocidades nos nossos jornais e á má qualidade da informação com que somos bombardeados diariamente o que podemos fazer? Citando o James Skelly dos "The Coral" (2º tema que podes ouvir no player do blog e um dos entrevistados anteriores) ...o que devemos fazer para: "Put the Sun back....in our hearts" ?

 

Podemos começar por não comprar nem ler o jornal…

 

 

# 4 Projectos futuros.....

 

   Quais são eles e o que esperas do SXSW do próximo Mês de Março?

 

A nossa primeira experiência no SXSW foi muito positiva. O festival é muito estimulante e inspirador. E para primeria vez, correu tudo muito bem - apesar de termos agendado apenas um showcase, acabamos por fazer mais um concerto, devido à desistência dos Pato Fu e ambas as presentações correram muito bem! Foi muito interessante ver como as nossas canções, em português, resultaram perante um público que desconhece a nossa lingua. Gostaram muito!...Mas mais do que tocar no festival, é a experiência daquele frenesim de música a sair de todos os cantos que realmente impressiona. Temos que lá voltar!...

 

Entretanto, além da estrada do Cintura, que continua, mais tranquila, por terras nacionais, temos previstas mais umas “invasões” – Espanha, Brasil e uma pequena visita a Budapeste.  

 

Ok, acabei, tudo de bom e obrigado.

 

Um abraço dos Clã e bom trabalho

Manuela Azevedo

quarta-feira, 8 de abril de 2009

"CRISE" ISAAK - O Melhor remédio... genérico não aconselhável!!


Estamos em crise? Sim, estamos, e são elas várias! 
E, como estamos no período da Páscoa eu, pecador me confesso: Aprecio muito este Sr. de que vos vou agora falar. Estou certo, apesar de alguns o negarem (ó Judas!!) que homens, mulheres, novos, velhos, heteros, metros, bis, gays, lésbicas e afins já carpiram ou sonharam ao som destas melodias. Faz parte da nossa Natureza..... 

Passam agora 20 anos desde que foi editada uma música que quase todos conheçem e, que na altura revelou um cantor - hoje, actor e apresentador do seu talk show - Chris Isaak. Falo claro de "Wicked Game".


Lembro-me que comprei o vinil do álbum "Wicked Game" antes de apareçer por cá e era fancamente um álbum fantástico. Era um misto de "best-off" e de originais, visto ser o quarto álbum da sua carreira. No ano seguinte saiu do anonimato via a o filme "Wild at heart" de David Lynch.

Chris foge um pouco à linha de artistas que habitualmente coabitam nos meus neurónios mas, é de facto um artista único. Quase a completar 53 anos permanece com a mesma vitalidadee e qualidades vocais que o caracterizam. Acabou de editar o álbum "Mr. Lucky" e, de facto, é um termo que encaixa bem.
Sempre admirei a sua postura e, acima de tudo, uma qualidade que cada vez mais é de apreciar, é uma homem de princípios e que tal e qual ele afirma, gosta de cuidar dos seus, ser amigo do próximo. A banda que o acompanha é quase a mesma desde quase à vinte anos.

Não me alongo mais e não quis deixar passar esta data em branco...
Escolhi do álbum que agora edita e após as primeiras audições, 3 faixas em que apesar de a mensagem ser quase sempre a mesma, não deixam de ser bons momentos para passar. Atentem principalmente na terçeira música do "player".

No vídeo anexo a este "post", uma mini entrevista em que parte do que atràs digo pode ser comprovado. Deliciosa a parte final da mesma, em que ele nos fala do massacre que juntamente com um dos irmãos sujeitava a sua Mãe com baladas...que pouco de baladas tinha.

No "video player" (á direita), uma versão acústica do "Wicked Game".

A todos uma óptima Páscoa.
King_leer

"I and the public know,
 What all schoolchildren learn,
 Those to whom evil is done,
 Do evil in return." 

 H.W. Auden, 1939



terça-feira, 7 de abril de 2009

CSI - A NORTE! O Mercado discográfico visto por dentro e por quem sabe:





Lembro-me perfeitamente do primeiro single que comprei, os cavalos de corrida dos UHF . Foi uma viagem triunfante, de cerca de 500 metros, ou seja, o tempo que me levava a percorrer a Rua de Cedofeita, no Porto - onde residia - de uma ponta à outra até chegar à DISCOTECA Jo-Jo's. Tenho um especial carinho pelo termo discoteca, não sei explicar se por revivalismo se por vitalidade.
De qualquer forma, corria o ano de 1980 e teria eu os meus 8/9 anos. Foi o início de uma relação que dura até hoje. Nunca nos zangámos, eu era um pouco mais velho que ela mas, ela dava-me o que eu queria, em tempos de maior ou menor crise. Foi amor à primeira vista. Amantes, Traição?
Existiram na certa, uma ou outra que apresentaram igualmente alguma qualidade e me davam alguns artigos dos meus Durutti Column mas tirando a "Audeo" do Luís esqueci-me completamente delas, mesmo das sofisticadas que iam e vinham e que além de "corpo" pouco mais tinham para me dar.

Mas, vamos ao que interessa que é de música que falamos e já viram onde queria chegar.

Troquei algulas palavras com o Artur Ribeiro, fundador da Jo-Jo's/CD-GO sobre a indústria discográfica actual e algumas surpresas e revelações podem ser lidas nas linhas que se seguem.

Espero que gostem e depois passem por http://www.cdgo.com/ , vale a pena!


King_leer (KL):

À cerca de um ano, no Porto Canal, falamos da situação da indústria musical. Desde lá muita coisa mudou. Apesar da maturidade que a Jo-Jo's/CD-GO tem, o que continua a dificultar o dia a dia de uma (desculpa usar este termo mas é o peso historial da palavra) discoteca? Continua a concorrência "abusiva" de alguns parceiros?

Para o devido entendimento dos leitores, recorda-nos algumas dessas situações que se passam neste mercado e que não são propriamente do domínio público.

Artur Ribeiro (AR&CDGO):

De facto é uma luta constante, contra a pirataria, contra a crise, contra os monopólios e seus exclusivos. A Jo-Jo’s felizmente tem conseguido ultrapassar todas essas “guerras caseiras”, fruto de uma dedicação e empenho total, da minha parte e da excelente equipa que me acompanha. A forma de contornar os exclusivos é simples; estes artigos compramos e vendemos ao mesmo preço, mas temos o produto, no dia, na loja e na internet. Se passamos anos (e já lá vão 30) a fidelizar clientes, não vamos agora permitir que uma cadeia de lojas, com a benção das editoras, passe a ter em exclusivo este ou daquele disco. A parte legal deste esquema é discutível, todos sabemos que atropela a lei, mas não vamos dar tanta importância ao assunto, se outras lojas de maior dimensão se acomodam, nós resolvemos o problema comprando e tendo ao preço da concorrência. Não ganhamos neste, mas ganhamos nos outros e no excelente serviço que prestamos ao cliente.

(KL):

Estou com uma edição do "New Musical Express" do passado mês de Dezembro à minha frente que fala do colapso da Pinnacle Enterteinment,  uma das principais distribuidoras independentes do Reino Unido que por si só assegurava a distribuição de um catálogo de quase 400 artistas. Apesar do fenómeno de edição e distribuição pela Net de que modo estas falências se fizeram ou fazem sentir no nosso mercado?

(AR&CDGO):  

O nosso mercado não está imune a estas “transfusões”, cada vez mais as editoras e distribuidoras portuguesas têm emagrecido os seus quadros, também fruto da rapidez e facilidade com que se divulga hoje um lançamento. Algumas teimaram em não se adaptar à mudança e acabaram por ficar pelo caminho, outras sucumbiram por terem concentrado as suas vendas em um ou dois clientes fortes, que na falta destes ou na quebra de vendas se viram “abandonadas” sem ter quem lhes garantisse o escoamento.

Na Grã-Bretanha no final do ano passado entraram em falência as lojas ZAVVI (Ex-Virgin Megastores), Woolworths e a distribuidora Pinnacle, o efeito dominó fez-se sentir nestas cadeias de lojas/armazenistas/editoras, porque a concentração entre eles era muito grande, todos dependiam uns dos outros, não criaram canais alternativos de distribuição capazes de poder suportar a queda de um dos parceiros. Em Portugal, neste momento, algumas editoras/distribuidoras actualmente dependentes de uma ou duas cadeias de lojas de discos, bem podem “rezar” para que a crise não afecte demasiado essas lojas, pois seria o descalabro total, durante anos desprezaram as lojas de pequena e média dimensão, contribuíram indirectamente para o encerramento dessas lojas e agora quem dita as regras é o cliente.

 (KL):

 Com os anos que já levas no mercado da venda de discos, qual a situação mais caricata que presenciaste e que possas partilhar connosco?

(AR&CDGO):

 A mais caricata tem a ver com os selos dos DVD’s musicais. Neste pequeno país em que há leis para tudo e para todos, umas que funcionam (mas pouco), outras que foram criadas para complicar a vida aos cidadãos, tal é a complexidade das mesmas, há uma que merece um reparo de quem está no terreno e sente na pele o problema; Imagina que um DVD legal de uma banda tipo U2 se estiver exposto sem selo é objecto de apreensão por parte da entidade competente, curiosamente a mesma entidade que legaliza e “sela” um DVD de um concerto dos mesmos U2, não autorizado pela banda ou pela editora, e que nem faz parte da discografia dos mesmos. Isto é surreal, mas acontece, está no nosso mercado e à venda nas cadeias de lojas nacionais.

 (KL):

 Fala um pouco da tua Jo-Jo's/CD-GO e dos projectos para o futuro próximo. Sempre vamos ter mais música ao vivo (showcases nas instalações)?

(AR&CDGO):  

Vamos lá ver, luto por isto há anos, se me deixarem trabalhar em produtos não formatados, em projectos alternativos e de qualidade, a Jo-Jo’s vai ter uma palavra a dizer no futuro. A partir de meados de Maio vai ser possível em dois pisos de loja comprares um disco, um livro, um vinil em 2ª mão, uma revista vintage, um gira-discos, uma agulha, uma máquina de limpar vinil e assistires ao lançamento de um livro ou de uma banda. Já por lá passaram nomes como RICKIE LEE JONES, MARK EITZEL, TWINEMEN, DAMON & NAOMI, OLD JERUSALEM, entre outros, apesar das poucas condições que dispúnhamos, agora com o auditório finalmente vamos poder proporcionar momentos inesquecíveis a todos os amantes da música, vamos fazer um “upgrade” ao nosso modelo de negócio, sem descorar a nossa “menina dos olhos”  que é a CDGO, a nossa excelente montra e canal de vendas que já dispomos há 11 anos.

Fiquem atentos à imprensa e ao site da CDGO, a inauguração está para breve e com grandes surpresas.